Estudo procura tornar células do sistema imunitário mais combativas

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Um grupo de investigação baseado em Viena, na Áustria, patenteou novas formas de cultivar células do sistema imunitário para acelerar a sua multiplicação e proporcionar rapidamente aos pacientes terapia individualizada
Oliver Spadiut, da Universidade Tecnológica de Viena, está a conduzir uma investigação sobre a forma como as células do sistema imunitário podem ser multiplicadas em laboratório e modificadas biotecnologicamente, de forma a aumentar a sua eficácia no ataque às células cancerígenas. No âmbito do projeto “Digital twin-assisted process design for NK-cell therapies”, o investigador conseguiu desenvolver e patentear novas estratégias para cultivar estas células, o que deverá reduzir de forma significativa o tempo de produção de terapias celulares e possivelmente o tempo de espera dos pacientes, de acordo com a divulgação do projeto feita na revista Scilog.
Segundo o investigador, o tempo de obtenção de uma dose clinicamente relevante passa de cerca de quatro semanas para oito dias. A ideia é multiplicar células de pacientes ou de linhas celulares num biorreator e depois administrá-las aos pacientes.
Os cientistas estão focados nas “killer cells”, um grupo de linfócitos que destrói o tumor de forma direcionada. Para manter as suas propriedades citotóxicas, estas células t~em de ser multiplicadas rapidamente, pelo que um processo que demore semanas também leva à perda de eficácia do tratamento. Estas células perdem a sua citotoxicidade mediante um pH baixo, mas Spadiut e a sua equipa perceberam que o problema não estava no pH em si, mas no lactato que se forma durante a produção de energia das células: quando um certo limite de lactato é ultrapassado, as células perdem a sua citotoxicidade, pelo que os investigadores encontraram forma de medir este parâmetro durante o processo.
Os dados recolhidos através da experiência em ambiente controlado foram depois transpostos para um gémeo digital, ou seja, um modelo digital da experiência. Os cientistas perceberam que quando o limite de lactato é excedido, o ligante que destrói os tumores, pelo que os cientistas estão a trabalhar em linhas celulares mais eficazes que produzem mais quantidade deste ligante.
O próximo passo será transpor o processo do gémeo digital para procedimentos terapêuticos.
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