ULS Braga realiza primeira implantação de pacemaker na área do ramo esquerdo

  • 14 fevereiro 2024, quarta-feira
  • Gestão

Fotografia: ULS Braga

O Serviço de Cardiologia da Unidade Local de Saúde de Braga (ULS Braga) realizou a primeira implantação de pacemaker na área do ramo esquerdo, no passado dia 19 de janeiro.

Trata-se de um procedimento inovador, que se iniciou nos EUA e na China, e tem vindo a ser implementado em todo o mundo.

De acordo com o comunicado enviado à redação, o procedimento consiste na implantação de um dispositivo semelhante ao convencional, com a particularidade de um dos elétrodos ficar implantado no músculo entre os dois ventrículos, no septo interventricular.

“O objetivo é tentar alvejar o sistema elétrico intrínseco do utente, fazendo-se a condução elétrica através das fibras elétricas ainda saudáveis do utente”, referiu o diretor do Serviço de Cardiologia da ULS Braga, Jorge Marques, citado no comunicado.

A tecnologia possibilita, de forma artificial, a replicação da condução elétrica, que se faria através do sistema elétrico inteiramente saudável e é mais bem tolerada pelo utente, prevenindo a degradação da contração ventricular (insuficiência cardíaca), que, embora raramente, pode ocorrer com a estimulação convencional pelo pacemaker.

“Esta tecnologia tem ainda o potencial de melhorar e tratar alguns utentes com insuficiência cardíaca cujo mecanismo da doença é secundário a um atraso na condução elétrica entre os dois ventrículos, porque consegue corrigir esse atraso”, sustentou uma das cardiologistas que realizou os primeiros procedimentos, Sérgia Rocha, juntamente com Adília Rebelo, também cardiologista na ULS Braga.

As primeiras intervenções contaram com o apoio do eletrofisiologista do Hospital de Santa Cruz, Francisco Moscoso Costa, um dos profissionais mais experientes na área em Portugal, que conta com mais de cem procedimentos desta natureza, bem-sucedidos.

Alinhado com outros centros nacionais e internacionais, o processo de implementação da técnica decorrerá de forma gradual, podendo inclusivamente vir a ser adotada como técnica standard num futuro próximo, caso os resultados clínicos em populações alargadas venham a demonstrar um claro benefício.

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