Testado uso da inteligência artificial no diagnóstico da Covid-19

Uma equipa de investigadores portugueses e brasileiros vai testar a utilização de inteligência artificial (IA) no diagnóstico da Covid-19, analisando ultrassonografias ao tórax com recurso a técnicas de visão por computador.

De acordo com o comunicado divulgado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a ecografia pulmonar permite um diagnóstico e monitorização rápidos nos casos em que não seja conveniente a realização de outros exames.

“A utilização de ultrassonografias ao tórax (Point-of-Care Ultrasound -POCUS) é particularmente interessante no contexto da Covid-19 já que o sistema de ultrassom é portátil e possibilita uma utilização conveniente, permitindo o diagnóstico da pneumonia viral associada à maioria dos casos graves através da identificação do espessamento pleural e da presença de padrões característicos das linhas B (linhas verticais na periferiado pulmão)”, lê-se no comunicado.

Segundo o investigador do INESC TEC e professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Miguel Coimbra, o uso generalizado desta técnica encontra-se limitado pela complexidade operacional de um exame de ultrassom.

“O correto posicionamento da sonda e a avaliação da imagem são duas tarefas interligadas e complexas, que requerem conhecimento especializado e formação diferenciada por forma a serem utilizadas de forma eficaz”, explicou o investigador.

Para Miguel Coimbra, esta questão cria assim uma oportunidade para explorar o potencial da IA, mais concretamente na visão computacional como um potenciador para a utilização do POCUS de forma massiva. “E se pudéssemos guiar de forma automática um utilizador inexperiente no correto posicionamento da sonda de POCUS no diagnóstico e avaliação da Covid-19 e sugerir um diagnóstico assistido por computador (DAC) imediato?”.

O protótipo será instalado no Hospital Garcia de Orta (HGO), que já utiliza as ultrassonografias no estudo de doentes com Covid-19 para efeitos de investigação clínica.

“A equipa do HGO constituída por dois elementos com diferenciação em ecografia torácica – Rui Gomes e Jacobo Bacariza – vai recrutar os doentes com Covid-19, dos quais serão colhidas, anotadas e tratadas as imagens e vídeos que servirão de substrato ao projeto de algoritmia e visão computacional. Mais tarde, o HGO será também o local de instalação do protótipo para as fases finais do projeto”, afirmou o coordenador médico do projeto no HGO, Filipe Gonzalez.

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