A proteção contra curto-circuitos em Instalações Elétricas Hospitalares

Em instalações hospitalares (como em outras), a interrupção de um circuito elétrico em consequência de eventos anormais poderá representar um transtorno para os utentes do espaço afetado: equipamentos que deixam de funcionar ou falta de iluminação, por exemplo. Pelo contrário, a não interrupção do circuito afetado pelo evento será sempre uma falha grave. Uma proteção que não atue (ou atue tardiamente) poderá ampliar as consequências do evento: se apenas afetar a instalação, poderá originar um foco de incêndio; se o evento anormal envolver pessoas ou animais, poderá significar uma vida em risco.

Entre os eventos referidos no parágrafo anterior, figuram situações de falha de isolamento com contacto direto entre condutores a diferentes potenciais (curto-circuito sólido ou franco) bem como situações de aproximação excessiva entre elementos condutores, sem contacto, que originam arcos elétricos. Estes surgem quando o quociente tensão/distância entre elementos ultrapassa o valor limite do campo elétrico suportado pelo dielétrico. Ambos os casos são, genericamente, designados por curto-circuitos, e em ambos, o risco de incêndio existe. Se existir material combustível na proximidade do ponto da ocorrência do evento, um incêndio poderá deflagrar, com consequências potencialmente graves. Assim, perante uma situação de curto-circuito, é expectável que as proteções atuem em tempo devido para minimizar as consequências do evento.

O valor das correntes que se estabelecem numa situação de curto-circuito depende de vários fatores: do ponto onde o curto-circuito ocorre, do número de condutores ativos envolvidos, da resistência do defeito (arco elétrico) e ainda do estado da rede imediatamente antes do defeito. Por norma, as maiores correntes de curto-circuito estabelecem-se na proximidade da origem da instalação (Quadro Geral), para eventos envolvendo simultaneamente todos os condutores ativos e sem arco elétrico associado. Por sua vez, os defeitos que envolvam apenas uma fase e o neutro darão origem a correntes de curto-circuito mais reduzidas que, como posteriormente será explicado, representam os maiores desafios às proteções. (...)

Carlos J. Coelho Teixeira, assistente no Departamento de Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra; mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores

Artigo completo na TecnoHospital nº111, mai/jun 2022, dedicada ao tema 'Segurança e Exploração das Instalações Elétricas nas Unidades de Saúde'

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