Primeiro implante osteointegrado OSIA realizado no HFF
- 10 dezembro 2021, sexta-feira
- Gestão

A equipa de Otorrinolaringologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) realizou esta semana o primeiro implante osteointegrado OSIA do Serviço Nacional de Saúde.
“Trata-se de uma solução minimamente invasiva e tecnologicamente muito avançada, que vem contornar a existência de áreas danificadas do sistema auditivo (ouvido externo e/ ou médio), enviando o som diretamente para a cóclea, responsável pela função auditiva, que se situa no ouvido interno”, lê-se no comunicado divulgado pelo HFF.
Esta solução passa agora a estar disponível para todos quantos diariamente lidam com problemas de surdez ou perda auditiva – crianças e jovens a partir dos dez anos, adultos e idosos.
Segundo o HFF, este “inovador sistema é diferente de qualquer outro existente”, sendo composto por duas partes independentes: o implante ativo, totalmente colocado cirurgicamente por debaixo da pele, atrás da orelha, sem qualquer elemento externo, e o processador de som, que é fixado no exterior, no couro cabeludo, com recurso apenas a uma conexão magnética.
No mesmo comunicado, o HFF explicou que os microfones duplos do dispositivo captam os sons do exterior, que são convertidos digitalmente pelo processador e transmitidos através da pele até ao pequeno implante de titânio, integrado no osso. Este, por sua vez, conduz as vibrações do crânio até ao ouvido interno. Sem quaisquer interferências, o ouvido interno transforma-as em impulsos elétricos que viajam pelo nervo auditivo e que são interpretados pelo cérebro como sons.

“Esta tecnologia é particularmente inovadora porque é independente das áreas danificadas do ouvido externo ou médio que os pacientes possam ter”, salientou o hospital.
O diretor do Serviço de Otorrinolaringologia do HFF, Filipe Freire, referiu que esta tecnologia “é uma solução de aplicação muito transversal, porque a perda auditiva também acontece em todas as idades, dos zero aos cem anos”.
“Por um lado, os problemas de audição aumentam devido a uma maior longevidade e aumento da esperança de vida. Por outro, ao nível da surdez congénita, o HFF tem uma maternidade com um número de nascimentos muito significativos no panorama nacional e nascem na nossa instituição crianças surdas, às quais damos também resposta”, acrescentou o responsável.
Os utentes com queixas ou dificuldades auditivas devem ser referenciadas através dos médicos de família dos centros de saúde dos concelhos da Amadora e de Sintra, para a Consulta de Otorrinolaringologia Geral do HFF. Os casos passam, posteriormente, para a esfera e avaliação de uma equipa multidisciplinar por parte da equipa de reabilitação auditiva do HFF.
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