Entrevista a Elvira Fortunato

  • 01 novembro 2021, segunda-feira
  • Gestão

Elvira Fortunato fala-nos do seu trabalho pioneiro na eletrónica de papel e eletrónica transparente e das respetivas aplicações na área da Saúde. Com uma vasta e reconhecida carreira de investigação, a cientista aborda também a transposição do seu trabalho para a indústria.

Entrevista por Abraão Ribeiro, Fernando Barbosa, Torres Farinha e Cátia Vilaça

Fale-nos do seu perfil.

Nasci em 1964 e ingressei na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa em 1982, em Engenharia Física e de Materiais. Optei pelo ramo de Materiais e pela área de microeletrónica, ligada ao desenvolvimento de materiais semicondutores, aplicados fundamentalmente em circuitos integrados. Desde muito cedo, o grupo de investigação que integrei manifestou a preocupação de trabalhar com materiais sustentáveis e tecnologias não poluentes, um assunto que hoje está em cima da mesa, com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável lançados pelas Nações Unidas e o Pacto Ecológico Europeu, lançado pela atual presidente da Comissão Europeia.

Procurámos trabalhar com materiais abundantes e não tóxicos, e uma vez que temos de transformar esses materiais para produzir um circuito integrado ou um sensor, tentamos sempre que as tecnologias de processamento não sejam poluentes. Seguindo essa linha da sustentabilidade, quer com os materiais, quer com os processos, começámos por substituir o silício, um material semi-condutor utilizado na área da eletrónica, por materiais alternativos, nomeadamente óxidos metálicos. É o caso do óxido de zinco, um excelente cicatrizante muito usado no Halibut, nos cremes da Mustela e nos próprios protetores solares.

Usamos esse material para fabricar transístores e dispositivos de eletrónica, ou seja, o óxido de zinco substitui o silício, que ainda hoje é utilizado na larga maioria dos nossos equipamentos. O óxido de zinco, para além de ser sustentável e de muito baixo custo, é biocompatível (também trabalhamos com aplicações biomédicas) e transparente à nanoescala. O revestimento antirreflexo das nossas lentes oftálmicas é formado por uma camada de filmes finos à base destes óxidos metálicos, só que neste caso apenas têm interesse as propriedades óticas.

Logo numa fase inicial do nosso trabalho, fomos contactados pela Samsung, da Coreia do Sul, no sentido de desenvolvermos um contrato de investigação para a nova geração de mostradores planos. (...)

Leia a entrevista completa na TecnoHospital nº107, set/out 2021, dedicada ao tema 'As implicações da Pandemia nas Infraestruturas e Tecnologias da Saúde'

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