Desenvolvido EPI inovador para cuidados médicos em pandemia

Um consórcio português desenvolveu um equipamento de proteção individual inovador, especialmente pensado para a prestação de cuidados médicos em ambientes em que existe um risco acrescido de contaminação biológica.

De acordo com a Universidade de Coimbra (UC), o novo equipamento de proteção individual (EPI), criado por um consórcio que reúne investigadores da Universidade de Coimbra e do Politécnico de Leiria e a SETsa, Sociedade de Engenharia e Transformação S.A., do Grupo Ibermoldes, é “eficaz em contexto de pandemia como a atual covid-19”.

Já com pedido de patente submetido junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o dispositivo foi desenvolvido no âmbito do projeto “MASK4MC – Mask for Medical Care”, liderado pela SETsa e financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização do Portugal 2020.

A grande inovação deste equipamento está na capacidade de reduzir significativamente, para quem o usa, o “risco de inalação de gotículas e aerossóis contaminados que tenham sido exalados por uma outra pessoa infetada que esteja na proximidade”, afirmou o coordenador do projeto, Leonel de Jesus.

“Trata-se de uma viseira com um sistema de ventilação que cria uma cortina de ar, de forma a promover a vedação aerodinâmica da zona de inalação relativamente às zonas circundantes e impede o embaciamento da viseira (condensação devida à respiração)”, explicitou o responsável.

Este EPI é especialmente vocacionado para profissionais de saúde que exercem a sua atividade durante períodos alargados, em ambientes onde o risco de contágio é elevado, como, por exemplo, os médicos dentistas.

“Havendo três modos de transmissão por elementos patogénicos exalados a partir de um paciente infetado (por contacto, por gotas e por aerossóis), a situação de grande proximidade entre as vias respiratórias superiores do médico dentista e do seu assistente da zona de exalação de um paciente, eventualmente infetado e sentado na cadeira do consultório, pode permitir a contaminação através de qualquer um desses modos”, sublinhou o coordenador da equipa da UC, Manuel Gameiro da Silva.

Este novo equipamento, como clarificou o consórcio, foi pensado para ser usado “em conjunto com uma máscara facial garantindo um índice de proteção acrescido e um melhor conforto em termos térmicos e visuais, porque o escoamento da cortina de ar contribui para o fornecimento de ar novo e fresco e para o desembaciamento da superfície interior da viseira”.

Por isso, concluem os autores do projeto, foram utilizadas abordagens complementares no processo de desenvolvimento do produto, com recurso designadamente a simulações numéricas de escoamentos e a ensaios experimentais com manequins térmicos e acústicos.

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