Consumo de antibióticos: evolução positiva na Europa

  • 19 novembro 2018, segunda-feira
  • Gestão

O consumo de antibióticos na Europa tem vindo a decrescer, situando-se nos 32 por cento em 2018 (em 2009 era de 40 por cento). Esta é uma das conclusões do estudo do Eurobarómetro sobre Resistência aos Antimicrobianos, publicado em novembro.

Apesar destes dados gerais, existem variações consideráveis entre os países, com cerca de metade dos cidadãos italianos a recorrer a antibióticos, enquanto que na Suécia apenas cerca de um quinto o faz. O estudo permite também perceber quais os países que, no contexto europeu, viram o consumo de antibióticos diminuir e aqueles onde se registou um aumento. Portugal registou um decréscimo, mas a diminuição mais significativa foi sentida na Roménia, Luxemburgo, Grécia, Malta, Espanha, Bulgária, República Checa e Finlândia. A Dinamarca registou a maior subida.

O estudo permitiu perceber que há certos grupos em que a probabilidade de ingerir antibióticos é maior –é o caso das pessoas com dificuldade em pagar as suas contas, as que terminam os estudos ainda muito jovens (cerca dos 15 anos). O consumo é também mais provável entre as mulheres, entre os mais jovens (15-24 anos), os idosos e os desempregados.

Apenas 41 por cento dos que admitem consumir antibióticos relatam ter feito testes para descobrir a causa da doença. Ainda assim, apenas 7 por cento do consumo de antibióticos foi feito sem consulta médica.

Motivos para a ingestão de antibióticos

As pessoas que responderam ao estudo citaram, como motivos para a ingestão de antibióticos, a bronquite, as dores de garganta, gripe, infeções do trato urinário e febre. Em 2018, as gripes e constipações eram responsáveis por 20 por cento dos antibióticos ingeridos. Os resultados demonstram, portanto, um desconhecimento sobre esta profilaxia, já que em muitos casos foi usada em infeções víricas. Os investigadores colocaram, inclusivamente, questões para aferir do conhecimento dos europeus sobre antibióticos, e 48 por cento acham que estes medicamentos combatem vírus (mais dois pontos percentuais do que em 2016). Em 14 países da Europa o desconhecimento sobre esta matéria aumentou, mas Portugal, onde o Programa de Prevenção e Controlo da Infeção e Resistência aos Antimicrobianos tem vindo a sensibilizar para estas matérias, registou um aumento do número de pessoas a responder corretamente.

Por outro lado, a perceção de que o uso desnecessário de antibióticos torna estes fármacos ineficazes é generalizada – 85 por cento dos inquiridos têm conhecimento deste facto. Nesta matéria, os resultados são muito similares aos de 2016.

Os autores do estudo revelam também que 31 por cento dos inquiridos ingeriu antibióticos para tratar doenças, enquanto 36 por cento admite fazê-lo para tratar apenas sintomas. Já 12 por cento assume que os ingere para ambas as situações. Aliás, é de notar que desde 2016 aumentou em oito pontos percentuais a quantidade de pessoas a admitir tomar antibióticos para tratar sintomas e diminuiu em 3 pontos percentuais o grupo que afirma ingeri-los apenas em caso de doença.

Acesso à informação

67 por cento dos europeus declararam que gostariam de obter mais informação relativamente ao consumo de antibióticos, nomeadamente acerca das doenças para as quais se usa antibióticos e também sobre a resistência aos antimicrobianos. No caso de Portugal, 27 por cento dos inquiridos declararam desejar receber mais informação sobre as doenças que podem ser tratadas com estes fármacos, 19 por cento sobre resistência, 18 por cento sobre como usar antibióticos, 11 por cento sobre receitas. De realçar que 29 por cento dos inquiridos declararam não estar interessados em receber mais informação.

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