Cirurgia minimamente invasiva para tratar tumores da coluna

O Hospital Lusíadas Lisboa levou a cabo, no mês de agosto, a primeira cirurgia minimamente invasiva para tratar tumores da coluna vertebral com recurso a um equipamento de ablação cirúrgica por radiofrequência. O procedimento garante maior eficácia, segurança e precisão no tratamento, segundo um comunicado daquela unidade hospitalar.

“Este procedimento promete ser um dos grandes avanços e uma importante arma terapêutica no tratamento dos tumores da coluna vertebral nos próximos anos. Esta técnica baseia-se num sistema de ablação por radiofrequência bipolar localizada que destrói as células tumorais, aliviando a dor e melhorando a qualidade de vida dos doentes”, explica Vítor Moura Gonçalves, neurocirurgião responsável pelo procedimento. O sistema utiliza sondas refrigeradas que evitam o superaquecimento dos tecidos circundantes durante o procedimento.  

O médico acrescenta ainda que “os resultados da primeira cirurgia são já extraordinários, com benefícios consideráveis para a doente e para a sua família. De acordo com a doente, numa escala de 0 a 10 valores, a dor, antes da cirurgia, variava entre o 9-10 e após a cirurgia, até à presente data, refere grau 0”.

“As metástases vertebrais originam dor intensa e de agravamento progressivo, sendo muitas vezes acompanhadas de outros sintomas como perda de apetite, perda de peso não planeada, náuseas, vómitos ou falta de força. Estes sintomas reduzem drasticamente a qualidade de vida dos doentes, culminando numa marcada impotência funcional nas tarefas diárias e dependência de terceiros”, revela o médico.

O procedimento está indicado para tumores ósseos benignos e metástases ósseas de tumores malignos. Estas últimas ocorrem em cerca de 60 a 80 por cento dos doentes oncológicos, mais frequentemente nas neoplasias primárias da mama, próstata, fígado e pulmão, segundo o estudo Economic Burden of Metastatic Bone Disease. Mais de 80 por cento das metástases ósseas surgem no crânio, na coluna vertebral e nas costelas, de acordo com o trabalho Bone Metastases: Pathophysiology and Management Policy. Esta nova técnica cirúrgica constitui uma alternativa aos tratamentos convencionais, que incluem cirurgias mais agressivas e com prolongados tempos de recuperação ou esquemas de paliação da dor muitas vezes ineficazes e com efeitos colaterais nefastos. 

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