CHUSJ leva consultas de Hepatite C aos postos da DICAD

O Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) vai realizar consultas junto da população com comportamentos aditivos e dependências do Porto para diagnosticar, tratar e curar a Hepatite C, revelou o diretor do Serviço de Gastrenterologia, Guilherme Macedo.

As consultas serão levadas a cabo por uma equipa de especialistas em doenças do fígado e vão decorrer nos postos da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD).

“Estão identificadas mais de mil pessoas que tiveram contacto com o vírus da Hepatite C. Algumas já tiveram tratamento, outras libertaram-se espontaneamente do vírus, mas há quem mantenha doença ativa e precise de tratamento”, explicou Guilherme Macedo. Há entre “250 a 300 pessoas como estimativa de intervenção numa primeira fase”, acrescentou.

Este projeto parte de outro “muito bem-sucedido”, que visou “erradicar a Hepatite C nos estabelecimentos prisionais”, salientou o médico.

“Vamos deslocar-nos aos postos de atendimento do DICAD para fazer consulta especializada, porque muitas destas pessoas não tem acesso aos hospitais e existem estigmas associados”, descreveu Guilherme Macedo.

O responsável explicou que “existem verdadeiros nichos de agrupamentos de pessoas infetadas pelo vírus da Hepatite C em meios vulneráveis” e sublinhou a importância de “ir ao terreno” com um projeto que também já foi implementado nos albergues do Porto.

Para concretizar este projeto, o CHUSJ assinou um protocolo com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, com o objetivo de estabelecer “um plano organizado de observação e tratamento das pessoas com comportamentos aditivos e dependências e que habitualmente são acompanhados no DICAD” para “identificar, tratar e curar a Hepatite C”.

Além da consulta, o programa inclui a realização de elastografias, um procedimento clínico que permite perceber se o fígado tem a elasticidade normal ou está mais rígido, que é sinónimo de doença crónica avançada.

À ARS Norte cabe assegurar a parte logística do projeto, enquanto ao CHUSJ cabe a parte assistencial.

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia alertou para a necessidade de um rastreio universal às hepatites e pediu maior celeridade e menos burocracia no acesso aos tratamentos, que nalguns casos ainda demoram meses.

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu como meta eliminar a Hepatite C até 2030.

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