Transplante renal robótico no São José

FOTO ARSENY TOGULEV/ UNSPLASH
O Hospital Curry Cabral, integrado na Unidade Local de Saúde (ULS) São José, realizou um transplante renal totalmente robótico, num procedimento que envolveu um transplante de dador vivo, anunciou a ULS São José
A intervenção decorreu no dia 13 de novembro, no Centro Hepato-Bilio-Pancreático e de Transplantação da ULS São José, tendo o pai, de 63 anos, doado um rim à filha, de 38 anos, diagnosticada com nefropatia em 2024 e em tratamento por diálise peritoneal desde então. Ambos se encontram a recuperar favoravelmente.
De acordo com a ULS São José e com o portal do SNS, o órgão foi implantado na fossa ilíaca direita, sendo esta a primeira vez em Portugal que todo o procedimento foi realizado exclusivamente por via robótica. A nefrectomia robótica do dador já vinha a ser praticada na instituição há mais de um ano, mas o implante renal era, até agora, efetuado por cirurgia convencional.
Segundo a instituição, esta abordagem permite uma recuperação mais rápida, menor tempo de internamento e uma redução do risco de complicações, tanto para o dador como para o recetor.
O cirurgião João Santos Coelho, que comandou o robô cirúrgico, destaca que a plataforma robótica Da Vinci permite uma execução altamente precisa das anastomoses vasculares e ureterais. “A ampliação e a destreza dos movimentos permitem realizar as suturas de forma rápida e com uma qualidade quase impossível de igualar no procedimento convencional, o que se traduz em maior segurança para o doente e melhor função e longevidade do rim transplantado”, explica.
Para o diretor do Centro Hepato-Bilio-Pancreático e de Transplantação, Hugo Pinto Marques, este procedimento “é mais um exemplo das vantagens da cirurgia robótica, com maior precisão cirúrgica, menor agressão para o organismo e uma recuperação mais rápida”.
A ULS São José salienta que, no caso do dador vivo, a nefrectomia robótica oferece benefícios adicionais, como menos dor pós-operatória, recuperação mais célere, cicatriz quase impercetível e elevados padrões de segurança.
A presidente do Conselho de Administração da ULS São José, Rosa Valente de Matos, afirma que “com este transplante pioneiro a nível nacional, a instituição está, uma vez mais, a inovar no cuidar”, defendendo que a aposta na inovação é fundamental para aumentar a qualidade dos cuidados prestados e para atrair e reter profissionais qualificados.
Nas duas cirurgias participaram os cirurgiões João Santos Coelho, Sofia Carrelha, Sofia Corado e Ana Pena, os anestesistas José Guerreiro e Paula Rocha, e as enfermeiras Cristina Rivera, Teresa Fonseca e Helena Figueiredo. O procedimento contou ainda com a presença, como supervisor, de Philippe Abreu, da Universidade do Colorado.
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