HDS: Telemonitorização em doentes com DPOC reduz 44% de internamentos

O programa de telemonitorização em utentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) no Hospital Distrital de Santarém (HDS) foi implementado há mais de dois anos, sendo que o número de episódios de internamento reduziu em 44 por cento.
Outro benefício apontado pelo diretor do Serviço de Pneumologia do HDS, Gustavo Reis, é a diminuição em 39 por cento do número de dias de internamento, assim como a redução em 33 por cento do número de episódios de idas à urgência e em 47 por cento do número de exacerbações (agravamentos dos sintomas da doença).
Implementado em outubro de 2020, o programa já envolveu, até ao momento, 14 utentes, dos quais 86 por cento do sexo masculino e 14 por cento do sexo feminino. Atualmente, estão a ser monitorizados à distância oito doentes, pretendendo-se que sejam abrangidos neste programa cada vez mais doentes.
De acordo com Gustavo Reis, a seleção dos utentes envolvidos no programa é feita de modo “criterioso”, com base na gravidade dos casos, sendo escolhidos os doentes com mais idas às urgências e maior número de internamentos. Segundo o pneumologista, existem doentes com diversos internamentos por ano, o que representa, em muitos casos, uma duração total de dois meses.
Na prática, a telemonitorização consiste na monitorização à distância de determinados parâmetros fisiológicos, designadamente a frequência cardíaca, a saturação de oxigénio, a temperatura e o número de passos que o doente dá por dia. Esses sinais são registados periodicamente pelo doente e são recebidos automaticamente num centro de triagem, onde profissionais de saúde supervisionam os dados recebidos.
Quando os dados relativos às medições que estão a ser monitorizadas ultrapassam os limites pré-definidos como os adequados é criado um alerta, e o centro de triagem contacta o doente para avaliar a situação.
Durante o período em que o programa de telemonitorização de doentes com DPOC está em desenvolvimento no HDS, foram gerados 2 142 alertas clínicos confirmados, que evoluíram para sete descompensações da doença leves, dez moderadas e uma grave.
O Conselho de Administração considera que “a implementação deste projeto no HDS veio, sem dúvida, trazer mais ganhos em saúde para os doentes, na medida em que o hospital passou a disponibilizar um serviço que permite ao doente monitorizado sentir-se completamente seguro e acompanhado, sem ter descompensações que o façam recorrer ao Serviço de Urgência”.
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