Política tarifária americana pode pôr em causa acesso a dispositivos anestésicos e respiratórios

FOTO: Tho-Ge / pixabay
“Dispositivos anestésicos e respiratórios podem estar especialmente suscetíveis a mudanças na política comercial, já que uma porção significativa dos produtos é fabricada fora dos Estados Unidos”, sublinha analista da GlobalData
O mercado norte-americano dos dispositivos anestésicos e respiratórios enfrenta uma disrupção séria com as tarifas decretadas por Donald Trump, já que a maioria dos dispositivos aprovados são fabricados fora do país. Isto pode favorecer o mercado doméstico, que mesmo assim já deverá passar de um crescimento de 4,4 mil milhões de dólares em 2023 para uma projeção de 7.5 mil milhões em 2033, de acordo com as previsões da GlobalData. A empresa estima que 67 % dos dispositivos aprovados nesta área são fabricados fora dos Estados Unidos, e 54 % exclusivamente fora dos Estados Unidos.
O analista Aidan Robertson, citado em comunicado, afirma que os dispositivos anestésicos e respiratórios podem estar especialmente suscetíveis a mudanças na política comercial, já que uma porção significativa dos produtos é fabricada fora dos Estados Unidos”, e sublinha que a situação pode trazer problemas na forma como estes dispositivos são entregues aos pacientes.
O analista atribui a previsão de crescimento do mercado interno destes dispositivos nos EUA ao envelhecimento da população e consequente aumento da prevalência de doenças respiratórias.
Robertson identifica também barreiras ao crescimento, como os custos dos novos dispositivos, que podem pôr em causa a acessibilidade. A guerra comercial emerge agora como um desafio preponderante, desencorajando o desenvolvimento de produtos, causando disrupções na cadeia de valor e aumentando os custos para o consumidor.
17 % dos dispositivos aprovados vêm da China (e 10 % vêm exclusivamente de lá), país ao qual foi imposta uma taxa de 145 %.
Para Robertson, as empresas que enfrentam maiores riscos financeiros podem equacionar mudar uma fatia maior da produção para os Estados Unidos, mas a curto prazo isso pode traduzir-se em perda de receita, já que os concorrentes com operações domésticas mais robustas sairão beneficiados.
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