Construção hospitalar

Fotografia: Hospital Central da Madeira, Secretaria Regional de Equipamentos e Infraestruturas, Região Autónoma da Madeira

O dossier da TH122, sob o tema Constru­ção Hospitalar, é constituído por sete arti­gos, que nos propõem uma viagem no tem­po e na evolução da construção hospitalar.

É feita a evolução cronológica e histórica da construção hospitalar no nosso país, evidenciando os períodos em que esta pas­sou a ter grande importância até à estag­nação verificada nas duas últimas décadas. Só agora se encontram em construção o Hospital de Évora e o Hospital da Madeira e se inicia a construção do Hospital Orien­tal de Lisboa, que tem sido repetidamente anunciado como o grande hospital que re­presentaria de alguma forma aquele que foi o grande Hospital de Lisboa, o Hospital de Todos os Santos.

A abordagem sobre como planear a reabili­tação hospitalar faz uma introdução histó­rica de como eram planeados os hospitais e das alterações que se sucederam, tendo em atenção a evolução dos equipamentos e das terapêuticas.

Neste contexto, é feita a comparação en­tre o Hospital de Santa Maria, que foi projetado em 1939, e os atuais hospitais, evidenciando alguns rácios e tipologias or­ganizativas que mostram o quanto evoluiu o planeamento hospitalar. O parágrafo se­guinte, extraído do corpo deste artigo, jus­tifica a necessidade de planeamento para a reabilitação de hospitais:

“O hospital deve ser visto como um equi­pamento orgânico que deve dar resposta às necessidades emergentes de prestação de cuidados de saúde, mas prevendo as ne­cessidades de evolução futura, isto é, com objetivos a longo prazo. Só assim se po­derá impedir a proliferação de ampliações e alterações descoordenadas ou de funciona­mento desajustado, evitar obras urgentes e mitigar mudanças de ocupação repentinas devido a fenómenos imprevisíveis, como aconteceu com a pandemia da covid-19.”

Ainda neste âmbito, temos um artigo que fala sobre a importância da reabilitação hospitalar, justificando-a pelo desgaste e obsolescência das infraestruturas e equi­pamentos existentes, pelas limitações no atendimento aos pacientes devido a pro­blemas arquitetónicos, pela ineficiência energética e elevados custos de manuten­ção, bem assim como pela adequação dos velhos edifícios às novas necessidades. Aparece aqui a preocupação dos edifícios serem mais sustentáveis também pela utili­zação de materiais friendly com o ambiente.

No dossier é apresentado num artigo o Hos­pital Central e Universitário da Madeira, que se encontra em construção, apontando al­gumas inovações na organização dos espa­ços e serviços, complementado com alguns dados sobre a previsão da “produção” pre­vista para consultas, internamentos, exames e cirurgias que foi determinante para a can­didatura ao financiamento deste hospital.

Numa abordagem mais atual de como projetar e executar edifícios, há um arti­go sobre a importante ferramenta digital, BIM – Building Information Modeling. Esta ferramenta digital é crucial para a conce­ção de edifícios e muito particularmente de grandes edifícios, como hospitais, que devido à complexidade e multiplicidade de instalações técnicas especiais, consti­tui uma ajuda fundamental para definir em projeto e de forma adequada a localização e acomodamento destas infraestruturas de modo a permitir, na exploração do edifício, fácil acesso àquelas para manutenção ou eventuais reparações. Por outro lado, esta definição exaustiva e correta evita erros futuros na construção do edifício pois a vi­sualização dos diferentes espaços em 3D, permite um desenvolvimento dos trabalhos de forma mais eficiente.

Permite ainda manter em arquivo todo o processo (projeto) ao mesmo tempo dispo­nível e dinâmico.

Um outro artigo aborda a temática “Princí­pios de construção ecológica em edifícios hospitalares”, a propósito do projeto de ampliação do edifício do “Centro de Saú­de Norton de Matos”, que, entretanto, tem sido adaptado para dar lugar a várias USF.

Encerra este dossier um artigo versando o tema da construção modular em hospitais, dando enfoque às áreas das salas limpas, em que este processo de construção assen­te em estrutura metálica modular e painéis prefabricados permite acondicionar duma forma mais racional e eficiente os equipa­mentos e ganhar tempo na sua execução.

Desejamos aos nossos leitores uma frutuo­sa leitura e aproveitamento do conteúdo destes excelentes artigos.

Por Pascoal Faísca, chefe de redação

Artigo completo na TecnoHospital nº122, mar/abr 2024, dedicada ao tema 'Construção Hospitalar'

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