ULSLA acompanha insuficientes cardíacos com aplicação informática
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Fotografia: Câmara Municiapal de Alcácer do Sal
A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) vai seguir a jornada dos doentes com insuficiência cardíaca, desde os cuidados de saúde primários à comunidade, com o apoio de uma aplicação informática com inteligência artificial.
“Esta é a primeira unidade local de saúde que tem o percurso dos doentes informatizado” no país, disse à agência Lusa Adelaide Belo, médica coordenadora do Percurso Assistencial da Pessoa com Insuficiência Cardíaca na ULSLA.
O projeto, que arranca em março nesta unidade do litoral alentejano, pretende coordenar a assistência médica aos doentes com insuficiência cardíaca, desde os cuidados de saúde primários aos cuidados hospitalares, necessidades sociais e apoio da comunidade.
De acordo com Adelaide Belo, com esta nova ferramenta as instituições assumem o “compromisso” de “reduzir a fragmentação na prestação de cuidados” de saúde aos doentes com insuficiência cardíaca.
O que vai permitir que os pacientes encontrem “os seus cuidados [de saúde] organizados”, fazendo com que o seu percurso por estas instituições seja “facilitado” e que os profissionais de saúde saibam “o que fazer em cada momento”, referiu.
Segundo a coordenadora, além da realização “de análises nos cuidados de saúde primários”, com vista a “um diagnóstico de insuficiência cardíaca muito mais rápido”, a ULSLA decidiu inovar os percursos assistenciais com a aquisição de um programa informático.
Esta aplicação, que tem vindo a ser trabalhada com os diferentes serviços, “pode ser muito facilitadora para algo que já está organizado no sentido de reduzir a fragmentação”, disse, afiançando que será “acessível a todos os profissionais dos cuidados de saúde primários” e do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém (Setúbal).
Para a médica responsável pela Unidade de Medicina de Ambulatório do HLA, Teresa Bernardo, o projeto permite “ter sempre o doente no radar”.
“Esta informatização, que é ambiciosa, acaba por ser facilitadora para os profissionais que estão em contacto com o doente porque ajuda a tomar a decisão. Sempre que acedemos à aplicação, surge a jornada contínua do doente, sendo isto uma enorme mais-valia”, realçou.
Outra das particularidades “é a automação” deste programa informático, que permite que o doente, “48 horas” após a alta médica, seja contactado por uma operadora virtual, explicou o enfermeiro do Centro de Saúde de Sines, Miguel Soares.
“Retira muito trabalho aos enfermeiros, porque vão ser feitas entrevistas aos utentes onde serão avaliados os sinais e sintomas da progressão da doença de uma forma autónoma”, explicou.
De acordo com o enfermeiro, “se o doente não responder ou se, por algum motivo, houver alguma situação de alarme, a aplicação vai dar esse alerta” e será possível “priorizar o foco de atenção aos doentes”.
Por seu lado, a médica do Centro de Saúde de Sines Inês Vale considerou que este programa permite reduzir a distância entre estas unidades e o hospital, assim como o acesso dos doentes aos cuidados de saúde.
Os doentes “vão ter uma vigilância quase permanente”, observou, acrescentando que “prevenir os agravamentos da doença” é “a maior vantagem” dos percursos assistenciais.
De âmbito nacional, o Percurso Assistencial da Pessoa com Insuficiência Cardíaca responde “a um desafio da União Europeia para disseminação de boas práticas em saúde”, sendo a ULSLA uma das cinco instituições portuguesas selecionadas no programa, gerido pela Administração Central do Sistema de Saúde, indicou Adelaide Belo.
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