ULS São José realizou 71 CPRE em idade pediátrica
- 02 setembro 2024, segunda-feira
- Gestão
Fotografia: ULS São José
A ULS São José – Hospital de Dona Estefânia já realizou 71 colangiopancreatografias retrogradas endoscópicas (CPRE) em crianças com idade inferior a 18 anos, sendo a única unidade hospitalar do país que realiza esta técnica em crianças com menos de cinco anos.
Esta técnica endoscópica contribui para o diagnóstico da patologia benigna e neoplásica das vias biliares e pancreáticas, mas a sua principal mais valia é permitir a realização de procedimentos terapêuticos.
Tem sido realizada no Hospital de Dona Estefânia desde a década de 90, não só em crianças da ULS São José, mas também de outras instituições do SNS, de norte a sul do país e das ilhas.
De acordo com a ULS São José, a sua equipa é a que tem maior experiência a nível nacional na realização de CPRE em idade pediátrica, sendo que, do total de crianças intervencionadas, 12 tinham idade inferior a cinco anos e seis tinham menos de dois anos.
A criança com idade mais baixa a quem foi realizada CPRE tinha 4,5 meses com 7,1 quilogramas e o de menor peso tinha seis meses, com 3,8 quilogramas, e nasceu às 29 semanas com 600 gramas. Em ambas foi efetuada ETE e extração de cálculos.
“A nossa experiência na terapêutica endoscópica da patologia das vias biliares e pancreáticas em todos os grupos etários é uma das maiores a nível nacional e tem sido apresentada nos congressos nacionais e internacionais de gastrenterologia e publicada em revistas nacionais e internacionais”, destacou o diretor do CRI de gastrenterologia, João Coimbra, acrescentando que o serviço já efetuou mais de dez mil CPRE’s diagnósticas e/ou terapêuticas, realizando, atualmente, cerca de 600 por ano.
Em idade pediátrica, algumas patologias gastrenterológicas ocorrem com muito baixa frequência, não permitindo que os pediatras possam adquirir competência e experiência nas técnicas, como acontece com a CPRE.
Segundo o especialista, “a realização de CPRE e os respetivos procedimentos diagnósticos e terapêuticos em idade pediátrica têm maiores dificuldades, pelo que não há outros centros em Portugal que realizem esta técnica de forma sistemática, enviando os doentes para o Hospital Dona Estefânia ou para o estrangeiro”.
Além de permitir o diagnóstico e avaliação da patologia benigna e maligna, a CPRE permite diversos tratamentos, tais como esfincterotomia do Oddi, extração de cálculos biliares e pancreáticos, dilatar e colocar próteses em estenoses biliares e pancreáticas, benignas e malignas.
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