Linha de saúde 24 horas na Guiné-Bissau com tecnologia portuguesa
É gratuito e funciona ininterruptamente. O primeiro centro de contacto telefónico em saúde da Guiné-Bissau resulta de uma parceria entre INESC TEC à ONGDVIDA, Ministério de Saúde Pública da Guiné-Bissau (MINSAP), Camões IP –Instituto da Cooperação e da Língua, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na Guiné-Bissau (PNUD-GB) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na Guiné-Bissau.
A colaboração do INESC TEC permitiu integrar tecnologias avançadas de modo a otimizar o atendimento e assegurar que os serviços sejam eficazes, rápidos e acessíveis a todos.
João Marco Silva, investigador do INESC TEC e docente da Universidade do Minho, explica que o Instituto teve a seu cargo a conceção e desenvolvimento de um sistema informático de suporte a este serviço telefónico de saúde. “O sistema suporta as tarefas de triagem, aconselhamento e encaminhamento da Linha de Saúde 24h e produzirá relatórios sobre os diferentes atendimentos prestados à população e aos Agentes de Saúde Comunitária”, explica, citado em comunicado do INESC TEC.
Trata-se de uma ferramenta desenhada para operar em rede através de duas entidades principais: por um lado, uma responsável por implementar toda a lógica dos fluxos de atendimento, a base de dados do sistema, o módulo de relatórios e o módulo de controlo de acesso; e, por outro, um ambiente web usado pelos operadores e gestores do sistema para acesso a todas as suas funções.
João Marco destaca, ainda, o impacto que a aposta na modernização tecnológica dos cuidados de saúde pode ter na comunidade. “Estamos a falar de um serviço que irá garantir acesso imediato a conselhos médicos, para além de, obviamente, assegurar uma maior cobertura geográfica, contribuindo para o descongestionamento das unidades de saúde”.
Crister Ocadaque, coordenador deste projeto (ONGD VIDA), esclarece que o projeto surge no seguimento do sucesso do centro de atendimento telefónico para a Covid-19, que esteve ativo entre 2020 e 2022. “Este serviço demonstrou-se particularmente importante pela capacidade de aproximação à população, tendo assegurado o acesso a serviços de saúde especializados em plena pandemia COVID-19, de uma forma simples e gratuita, sem a necessidade de deslocações.”
Financiado pelo Camões, IP e cofinanciado pelo PNUD Guiné-Bissau e UNICEF Guiné-Bissau no valor de 661 556 euros, o projeto deverá ter a sua transição para as respetivas autoridades da Guiné-Bissau a partir de outubro de 2026.
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