Imagiologia – Parte II
Fotografia: illustrissima_Shutterstock
Dando continuidade à parte I do dossier de Imagiologia, esta parte II centra-se nas modalidades sem radiação ionizante e nas técnicas com fonte interna de radiação para aquisição de imagem molecular/medicina nuclear.
No historial da Imagiologia, procura-se abordar o percurso e benefícios clínicos globais de cada modalidade de imagem, referindo as origens experimentais, princípios físicos e tecnológicos básicos e a evolução e percurso até aos dias de hoje. Nesta publicação abordam-se ainda os Sistemas de Arquivo de Imagem e Sistemas de Informação Radiológica, como ferramentas fundamentais na captação, organização, arquivo e distribuição dos elevados fluxos de imagem e dados, gerados e recolhidos no moderno processo de diagnóstico imagiológico. Do ponto de vista das temáticas abordadas, a publicação continuará a ter uma perspetiva alargada, sendo por isso apresentado um conjunto abrangente e multifacetado de artigos:
A Imagem Molecular e seu papel no diagnóstico e follow up de tratamento de doentes e como a PET/CT é fundamental na oncologia, devido à sua capacidade de quantificar e mapear processos biológicos. A integração da PET com outras técnicas de imagem e terapia de radionuclídeos impulsiona a medicina de precisão e dá-nos uma perspetiva importante acerca desta área avançada de diagnóstico imagiológico.
No artigo sobre proteção contra as radiações ionizantes, de novo se dá espaço a esta importante temática da segurança contra radiações ionizantes, desta vez no âmbito mais concreto da sua aplicação e dos requisitos exigidos na atual construção de salas para equipamentos de imagiologia. A autora apresenta a exposição e análise sobre possíveis implicações nas instalações já existentes, com eventuais necessidades de serem efetuadas correções nos níveis de proteção, como resultado da “malha mais apertada” imposta pelo DL 108/2022, que altera o exigido no DL 180/2002, que regulava a proteção contra radiações ionizantes em Portugal.
No artigo sobre segurança em ressonância magnética, alerta-se que apesar das inúmeras vantagens clínicas, o uso da RM apresenta riscos e efeitos específicos que podem comprometer a segurança dos doentes e dos profissionais de saúde. Os desafios, necessidades e precauções, para pessoal clínico, doentes e restantes pessoas em contacto com os equipamentos de RM são apresentados pelo autor enunciando normas e regras de segurança e boas práticas para evitar e/ou minimizar acidentes e suas consequências. O artigo apresenta ainda aspetos arquitetónicos em RM relacionados com segurança, nomeadamente a blindagem dos Campos Electro Magnéticos, a instalação da cabina de Radio-Frequência (“Gaiola da Faraday”) ou a definição/delimitação das quatro zonas de segurança e acesso. Os efeitos dos diversos campos nos doentes e pesssoal clínico são também abordados com a clarificação das diferentes sintomatologias, nomeadamente em mulheres grávidas.
Dando prioridade à tecnologia e às soluções desenvolvidas em Portugal, a TH apresenta a visão de especialistas da Universidade de Aveiro que projetam e implementam soluções PACS (Picture Archiving and Comunication Systems), no artigo “Evolução do Universo PACS-DICOM: uma perspetiva técnica para administradores de sistemas de informação e decisores”. Os modernos desafios e necessidades, decorrentes da produção de massivos volumes de imagens diagnósticas e o consequente tratamento da informação que lhe é complementar são abordados nesta temática PACS e suas normativas. Os autores apresentam soluções avançadas e modernas, referindo que “Este artigo tem como objetivo oferecer literacia essencial no universo PACS-DICOM (...), exploramos os tradicionais serviços DICOM na intranet hospitalar, a importância dos Conformance Statements (...), a evolução para o DICOM Web e os desafios e vantagens das arquiteturas PACS@Cloud”.
Realçada ainda a importância do Conformance Statement “para garantir que os diversos sistemas de imagem médica funcionem harmoniosamente”, alertando os decisores hospitalares para ser “... crucial avaliar os Conformance Statements (CS) dos equipamentos adquiridos (...). A verificação minuciosa desses requisitos pode evitar problemas de interoperabilidade e garantir que os sistemas atendem às necessidades específicas da unidade de saúde”.
Finalmente a abordagem às soluções mais avançadas, nomeadamente no respeitante a DICOM Web, soluções PACS Cloud e IA, faz, seguramente, deste artigo, um documento com conteúdo de elevado interesse e atualidade. Pelas temáticas abordadas e acima referidas, espera-se que esta parte II do dossier continue a ser de leitura interessante e proveitosa para todo o universo de leitores da TH.
Por José Paulo Simões Duarte
Outros artigos que lhe podem interessar