Aumenta referenciação de centros de saúde para o São João

O aumento da referenciação de utentes dos centros de saúde para o Hospital de São João, no Porto, está a influenciar diariamente a unidade hospitalar, que procura agora responder às listas de espera com mais consultas e mais cirurgias.

“Os pedidos [dos cuidados de saúde primários] que estão a chegar ao hospital são superiores aos pedidos em pré-pandemia”, o que revela “um esforço muito grande dos centros de saúde em retomar as referenciações que ficaram pendentes em pandemia. Mas isso coloca-nos uma pressão acrescida. Temos um pico de procura”, explicou o diretor do Centro de Ambulatório do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), Xavier Barreto.

No primeiro trimestre de 2019, o CHUSJ recebeu 19,5 mil pedidos dos centros de saúde, enquanto no primeiro trimestre de 2022 foram “quase 28 mil” as solicitações.

Quanto ao tempo de espera, os dados mostram que o número de pessoas em lista de espera subiu seis por cento de 2021 para 2022 (49 mil utentes), mas diminuiu 16,5 por cento face a 2019 (58 mil utentes).

Esta realidade encontra paralelo na cirurgia. A diretora do serviço de Cirurgia Geral do CHUSJ, Elisabete Barbosa, descreveu um aumento de 36,4 por cento de doentes à espera de operação, o que obrigou a um aumento da atividade no hospital.

Tendo em conta estes números, Xavier Barreto garantiu que o São João está a “procurar responder ao excesso de procura garantindo que praticamente todos os doentes são vistos dentro do Tempo Médio de Resposta Garantido”.

“Olhando para o primeiro trimestre de 2022 estamos acima do nosso melhor trimestre de 2019. Estamos cerca de dez por cento acima de 2019 com muitas consultas e muitos tratamentos em Hospital de Dia. A manter-se esta atividade, teremos, no final do ano, um novo máximo de consultas”, referiu.

Sobre a atividade do Hospital de Dia do CHUSJ, o diretor do serviço de Ambulatório destacou que “já foram ultrapassados os níveis de atividade de 2019”.

Xavier Barreto disse ainda que o prolongamento de horário nas consultas externas se mantém e acrescentou que o hospital está a recorrer à produção adicional, que se traduz em consultas efetuadas fora do horário do médico, que recebe um pagamento extra por doente observado.

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