A Transição Digital da Saúde: Realidade ou Utopia?
Na segunda década do seculo XXI, a transição digital ocupa lugar cimeiro nas prioridades políticas dos Governos, independentemente do desenvolvimento dos países. Está na moda, garante imagem de desenvolvimento e até dá dinheiro. É claro que a pandemia e o confinamento tornaram a utilização das tecnologias de informação obrigatórias para milhões de cidadãos que, pela primeira vez, se viram confrontados com uma nova realidade que lhes permitiu, com um click, aceder à informação e executar tarefas em condições antes inimagináveis. Por outro lado, a explosão na utilização das comunicações denunciou fragilidades nas tecnologias e sistemas utilizados, mas colocou nesta área avultadas somas financeiras potenciadoras do crescimento do negócio.
A evolução científica e tecnológica tem sido exponencial nas últimas décadas, com destaque para a saúde, cuja prática médica incorporou tecnologias que proporcionam aos doentes diagnósticos e tratamentos em condições de segurança e precisão, com a utilização de algoritmos inteligentes. Neste contexto, satisfazendo necessidades e permitindo ao cidadão um maior envolvimento no seu processo de saúde, surge a Saúde 5.0.
O que se passa em Portugal?
A prestação de cuidados de saúde, quer ao nível da prevenção quer do tratamento, é feita nos cuidados primários organizados em Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e nos Hospitais e Centros Hospitalares, cuja organização e desenvolvimento ocorreu ao longo dos anos de forma autónoma e com a limitação que os recursos atribuídos impuseram. Assim, encontramos hoje, não só na área da gestão e da logística, mas também e particularmente na área clínica, a fragmentação da informação pelos vários sistemas criados à medida das necessidades imediatas e sem uma estratégia nacional. Assistimos diariamente ao desespero dos profissionais de saúde que desperdiçam períodos significativos da sua atividade lutando com o computador em vez de atenderem doentes. (...)
Em colaboração com Mário Macedo, presidente da CT199 do Instituto Português de Qualidade, presidente da CS09 do Instituto Português de Qualidade
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