Monitorizar Parkinson através de telemedicina

Chama-se “TelePark” e é um projeto da Universidade Técnica de Dresden para melhorar a qualidade de vida dos doentes de Parkinson. O projeto baseia-se na recolha de parâmetros relacionados com o movimento, através de sensores e aplicações. A revista Medica entrevistou Kai Loewenbrück, neurologista e um dos responsáveis pelo TelePark, para perceber melhor a ideia.

Partindo do princípio de que estes doentes precisam de cuidados especializados, assume-se a equidade como responsabilidade central dos profissionais de saúde, até porque o número de pacientes tenderá a aumentar, segundo explica Loewenbrück. Para o especialista, tal só é possível através da implementação consistente de processos de telemedicina.

Diferentes abordagens

A interação prevista pelo projeto é intermodal, com abordagens distintas. Haverá consultas médicas através de telemedicina e também monitorização de pacientes através de sensores a usar diariamente, sem que seja requerida ao paciente qualquer outra ação. A aplicação desenvolvida pode também solicitar determinados testes aos doentes ou pedir-lhes informação sobre sintomas. Os sintomas incluem problemas de mobilidade, perturbação na marcha e também sintomas não motores que devem ser detetados, como comportamentos impulsivos – vício de jogo ou compras, que podem ser detetados através de alterações nos parâmetros de utilização do smartphone. Inclui-se também na lista de sintomas alucinações, psicose, delírio e depressão. Todos estes aspetos influenciam o plano de tratamento.

Os dados recolhidos pelos sensores são automaticamente transmitidos aos profissionais de saúde que acompanham o paciente, sendo que o tempo que demoram a ser disponibilizados varia consoante a análise que é necessário efetuar. A ideia é que os parâmetros estejam constantemente a ser recolhidos e sejam disponibilizados com rapidez. Os pacientes com maiores desvios paramétricos devem ter automaticamente prioridade e ser sinalizados aos médicos.

Para já o projeto está em fase de testes, mas caso tenha sucesso deverá servir de base para uma comunicação via telemedicina com os portadores da doença de Parkinson da região de Dresden, estando também nos objetivos da equipa a interação com outros projetos similares.

Para Loewenbrück, este projeto pode também ser o ponto de partida para o desenvolvimento de abordagens semelhantes para outras doenças crónicas que também exijam que os médicos disponham de informação aprofundada sobre os seus pacientes.

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