Redes de água potável: há formas eficazes de combater a contaminação?

A ATEHP promoveu, a 22 de maio, uma jornada técnica dedicada às redes de água potável em hospitais.


O combate à Legionella foi, naturalmente, um dos assuntos a merecer destaque, embora não tenham sido esquecidos temas como a corrosão e os aspetos regulamentares.
Margarida Valente, da Águas do Douro e Paiva, trouxe uma análise à legislação existente e uma antevisão ao resultado da revisão da Diretiva 98/83/CE (transposta para o Direito nacional pelo Decreto-Lei nº 306/2007). A proposta de revisão tem em conta quatro aspetos essenciais: a atualização das normas de qualidade, a introdução da gestão do risco, o aumento da quantidade de informação prestada ao consumidor e a melhoria do acesso e a garantia do acesso universal à água potável na UE, a par da melhoria do acesso à água nas cidades e em locais públicos. A gestão do risco é um aspeto ao qual a palestrante atribui grande importância, dado que a metodologia atualmente utilizada é essencialmente reativa, ou seja, quando se recebem os resultados das análises à água o consumo já ocorreu.


O período de debate que se seguiu às comunicações permitiu levantar questões sobre a conceção da rede, com José Graça Rocha a salientar a importância da arquitetura. O projetista defende a criação de uma especificação técnica que abranja a conceção da rede e não apenas os produtos utilizados. Graça Rocha referiu igualmente uma menor exigência nas remodelações hospitalares que se fazem atualmente, o que leva a situações como a aquisição de depósitos de água sem porta de limpeza. O projetista lançou ainda reflexões sobre aspetos de conceção que considera que deveriam ser revistos, como a partilha do depósito que por vezes se verifica entre redes de água potável e redes de incêndio (onde a água está estagnada e, por isso, mais suscetível a contaminação).

Graça Rocha trouxe ainda à discussão as conclusões do estudo “Use of copper-silver ionization for the control of legionellae in alkaline environments at health care facilities”, publicado em 2015 no American Journal of Infection Control, que sugere que a utilização de iões de cobre e prata é eficaz no controlo da Legionella nos sistemas de água em condições alcalinas, sem necessidade de aumentar a temperatura de água, o que permitiria poupar energia. No entanto, subsistem ainda barreiras regulamentares à aplicação desta solução, que exigiria também uma apertada monitorização dado que não pode haver oscilações na concentração dos iões.

Consulte o programa com todos os temas que estiveram em debate aqui.

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