Prevenção e Controlo das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde: O Papel do Controlo Ambiental

As Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS) são um problema atual da maior relevância, não só pela implicação direta na morbilidade e mortalidade dos doentes, como também pelo grande impacto socioeconómico que lhes é conferido.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) definiu IACS como uma infeção adquirida pelos doentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde e que pode, simultaneamente, afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua atividade.

As IACS podem ser de origem endógena ou exógena. Endógena quando são causadas por microrganismos presentes nos órgãos ou sistemas do próprio doente. Exógena quando são causadas por microrganismos provenientes de fontes externas ao doente, como profissionais de saúde, outros doentes, visitantes, equipamentos e dispositivos médicos ou do meio ambiente da instituição de saúde.

Os principais fatores que influenciam o desenvolvimento de IACS são:

  • Características dos microrganismos (bactérias, vírus, fungos e parasitas), nomeadamente a sua virulência intrínseca e a quantidade (inóculo) de material infecioso presente;
  • Suscetibilidade do doente, que varia com a idade, o estado imunitário, a doença de base e as intervenções diagnósticas e terapêuticas;
  • Fatores ambientais, uma vez que as instituições de saúde constituem ambientes complexos onde circula uma grande quantidade e diversidade de microrganismos que podem causar infeções;
  • Resistência bacteriana, um fenómeno biológico de adaptação natural das bactérias ao meio ambiente, que é potenciado pela introdução de agentes antimicrobianos na prática clínica. O uso repetido e inadequado de antibióticos é a principal causa do aumento das bactérias resistentes.

Em Portugal, a vigilância epidemiológica das IACS é coordenada pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA). O PPCIRA foi criado em 2013, pelo Despacho n.º 2902/2013, fundindo assim o então Programa Nacional de Controlo de Infeção (PNCI) com o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos (PNPRA), por serem programas com objetivos sinérgicos. (...)

Por Joana Costa, licenciada em Engenharia Biológica pelo Instituto Superior Técnico e mestre (pré-Bolonha) em Microbiologia Médica pela Universidade Nova de Lisboa; Trabalha no SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, na área de Segurança Ambiental, mais especificamente em Controlo Microbiológico.

Artigo completo na TecnoHospital nº112, jul/ago 2022, dedicada ao tema 'O impacte da Engenharia e Arquitetura da Saúde nas IACS'

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