Novas Abordagens Para o Tratamento e Prevenção de Infecções Causadas por Bactérias Multirresistentes

  • 29 dezembro 2021, quarta-feira
  • Gestão

As infecções bacterianas continuam a ser um grande problema de saúde a nível mundial, responsáveis por cerca de 11 milhões de mortes anualmente. É de salientar que cerca de 40 por cento desta mortalidade acontece em crianças com menos de cinco anos. Convém referir que 95 por cento deste valor de mortalidade associado a infecções bacterianas acontece em países em desenvolvimento. E, neste caso, não é só a escassez de novas intervenções que causa este flagelo. Estes países apresentam situações sociais, políticas e económicas com situações sanitárias e de saúde muito precárias, que impedem uma distribuição e administração de cuidados de saúde básicos a uma vasta maioria da população, principalmente em zonas mais rurais.

No entanto, e se nos focarmos apenas na incidência deste tipo de infecções nos países industrializados, reparamos que este problema está longe de estar controlado. Dados recentes e referentes aos Estados Unidos da América (EUA), indicam que, anualmente, cerca de 100 mil pessoas morrem devido a infecções causadas por bactérias multirresistentes. Além disso, um estudo recente realça que se se continuar a verificar este ritmo de emergência de bactérias multirresistentes, atingiremos as 10 milhões de mortes anuais causadas por estirpes bacterianas resistentes a qualquer antibiótico disponível no mercado. Grande parte destas infecções são causadas por Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium difficile e Acinetobacter baumannii, sendo que estirpes multirresistentes de E. coli, K. pneumoniae e S. aureus representam cerca de 80 por cento das infecções graves em ambiente hospitalar. No caso dos recém-nascidos, vemos também uma incidência grande de infecções causadas por Streptococcus do grupo B ou Streptococcus agalactiae.

Convém salientar que estas bactérias têm um tipo de crescimento extracelular e uma taxa de replicação muito rápida, o que implica, na maior parte das vezes, que num paciente com sintomas de sepsis bacteriana seja preciso adoptar uma antibioterapia de emergência sem conhecimento do agente infeccioso, pois o tempo que demora a identificar o microorganismo e respectiva resistência a antibióticos (caso a haja) pode levar à morte ou a sequelas gravíssimas para o paciente. Infelizmente, este cenário não é tão raro como o que esperaríamos e grande parte da morbilidade associada a estas infecções deve-se a isso mesmo, à inadequação do tratamento para o tipo de infecção. (...)

Pedro Madureira, diretor científico, Immunethep; licenciado em Bioquímica, com ramo de especialização em Bioquímica Aplicada

Artigo completo na TecnoHospital nº108, nov/dez 2021, dedicada ao tema 'Perspetiva sobre as tecnologias e processos no setor farmacêutico'

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