Investigação quer revolucionar a medicina através da neurociência e tecnologia

  • 06 junho 2022, segunda-feira
  • Gestão

Fotografia: Fundação Champalimaud_Facebook

A Fundação Champalimaud anunciou o lançamento de um novo programa de investigação, reunindo especialistas de várias áreas, e que se propõe a “revolucionar a medicina” através da ligação entre a neurociência comportamental e a tecnologia avançada.

“A nossa visão é criar um ecossistema onde investigadores, clínicos, engenheiros, criativos e empreendedores possam interagir para melhorar a saúde através do comportamento e da tecnologia, com um foco inicial em doenças neurológicas e neuropsiquiátricas”, adiantou à agência Lusa o diretor do programa de neurociências da fundação, Joe Paton.

Segundo adiantou, o objetivo deste novo projeto científico, instalado no novo Centro de Inteligência Artificial da Fundação Champalimaud, é “dar aos médicos e indivíduos um novo ‘kit’ de ferramentas para reduzir o risco de doença, melhorar os prognósticos e até reverter o curso da doença”.

O programa “centrado na neuroecologia humana e terapêutica digital” será desenvolvido nos espaços do armazém da Doca Pesca, fazendo parte do novo ecossistema Ocean Campus, em construção na Doca de Pedrouços, com a Fundação Champalimaud a prever que possa envolver cerca de 240 pessoas, que serão lideradas por uma equipa de médicos e neurocientistas.

“Começaremos por nos focar em condições neurológicas e neuropsiquiátricas, mas os objetivos são muito mais amplos”, referiu Joe Paton, ao adiantar que ao focar-se, por exemplo, na recuperação de AVC, desenvolvendo terapêuticas digitais para promover uma recuperação mais rápida e completa da função, pode ser possível também melhorar a função cardiovascular e cognitiva.

Além disso, ao “focar-se na dor crónica ou na ansiedade, pode-se reduzir o stress que, por sua vez, pode reduzir vários processos inflamatórios que podem aumentar o risco de determinados cancros”, explicou o diretor do programa de neurociências da fundação.

De acordo com Joe Paton, já estão contratados vários chefes de laboratório de investigação nas áreas da Inteligência Artificial e da ‘Machine Learning’ e mais especialistas de várias áreas serão recrutados para o projeto de investigação.

Segundo a instituição, o programa pretende “revolucionar a medicina” através da ligação entre a neurociência comportamental e a tecnologia avançada para criar novas intervenções terapêuticas direcionadas ao comportamento, que promovam a saúde e o bem-estar. 

Entre outras valências, o centro terá espaços para pesquisa, desenvolvimento e realização de ensaios clínicos para testar novas terapêuticas digitais, infraestruturas de computação de alto desempenho, salas de aula e espaço laboratorial para a formação de novos especialistas e uma incubadora para empresas de spin-off, start-up e spin-in.

“A Fundação Champalimaud tem sempre procurado ultrapassar os limites do conhecimento, apoiando a investigação e a medicina, lado a lado, para benefício da sociedade. Este programa irá criar um novo braço da medicina, através do desenvolvimento de intervenções terapêuticas dirigidas ao comportamento que aumentem a sua eficácia”, adiantou ainda a instituição.

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