CHULN integra estudo europeu sobre deteção de cancro da mama

  • 02 novembro 2022, quarta-feira
  • Gestão

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) vai integrar um estudo europeu para identificar o risco de cancro da mama em mulheres jovens através de um teste genético que está a ser desenvolvido por uma equipa internacional.

O CHULN será o “único hospital português a disponibilizá-lo às mulheres que o queiram realizar para determinar o risco genético acrescido de vir a desenvolver a doença e adequar os rastreios e medidas a esse risco”, adiantou o centro que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente.

O projeto BRIGHT (Be RIGHT with breast cancer risk management) é financiado em cerca de 2,9 milhões de euros pelo European Institute of Innovation and Technology e vai decorrer também na Suécia e na Estónia.

“O risco de cancro da mama das mulheres depende de muitos fatores ambientais, estilos de vida e genéticos. No entanto, na Europa, e até ao momento, apenas a seleção baseada na idade é usada para rastreio mamográfico”, referiu o CHULN em comunicado.

Segundo o centro hospitalar, as mulheres em risco com menos de 50 anos não são geralmente rastreadas, embora esse grupo represente mais de 20 por cento dos casos de cancro da mama na Europa.

“O cancro da mama em mulher jovem tem um pior prognóstico porque muitas vezes é tratado já numa fase com maior volume de tumor e tem pior prognóstico pela própria idade”, alertou o diretor do Departamento de Oncologia do CHULN, Luís Costa.

De acordo com o especialista, nas mulheres jovens, além de ter um impacto muito grande na sua saúde, o diagnóstico de cancro da mama “também pode abalar outras vertentes da sua vida, como por exemplo, a familiar, conjugal, reprodutiva e profissional”.

O CHULN acrescentou ainda que esta triagem direcionada com base no risco genético pode permitir a prevenção precisa do cancro de mama e diminuir a carga social e económica da doença, acrescentando anos de vida saudável às mulheres participantes.

Para aumentar essa deteção precoce, a equipa do projeto BRIGHT desenvolveu um teste de pontuação que indica como o risco de cancro da mama de uma pessoa se compara a outras com uma constituição genética diferente, permitindo uma triagem direcionada por meio de estimativa para mulheres a partir dos 35 anos.

Esta solução será disponibilizada a voluntárias e utentes de serviços não oncológicos do CHULN e os resultados serão acompanhados por ações de seguimento para gestão de risco futuro da doença.

“Para a equipa de profissionais que trata doentes com cancro da mama no CHULN, constitui um projeto inovador na medida em que concentra esforços e cria conhecimento na capacidade de deteção precoce do cancro da mama, facto que pode ser decisivo para o prognóstico”, reforçou Luís Costa.

O cancro da mama é o mais comum em mulheres em todo o mundo, com mais de dois milhões de novos casos todos os anos.

Na Europa, os rastreios por mamografia de mulheres dos 50 aos 74 anos diagnosticam aproximadamente 58 por cento de todos os casos, adiantou o centro hospitalar, salientando que um diagnóstico precoce proporcionado pela mamografia reduz o risco de morte pela doença até 40 por cento.

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