Especialistas alertam para o cumprimento dos procedimentos de esterilização de dispositivos médicos

A PROHS, fabricante de equipamento hospitalar especializado em desinfeção e esterilização, assinalou o seu 50º aniversário do seu grupo com uma conferência sobre procedimentos em esterilização de dispositivos médicos, realizada a 24 de março no Hospital Escola Fernando Pessoa, em Gondomar.

Recorde-se que este período de 50 anos teve origem com a criação da José Santos Monteiro, Ltda, fundada pelo empresário que lhe deu nome e dedicada ao fabrico e distribuição de mobiliário hospitalar com ênfase no Bloco Operatório. A PROHS seria fundada em 2000, como resultado de um processo de renovação e modernização da imagem da empresa, ficando responsável pela comercialização da marca José Santos Monteiro, Ltda. Em 2003, a PROHS haveria de adquirir 55 por cento da José Santos Monteiro, Ltda, acumulando, desta forma, o processo produtivo e de distribuição, e definindo a Internacionalização como novo objetivo.

Após a sessão inaugural, José Américo Guedes, da PROHS, apresentou o evento percorrendo estes 50 anos de história.

Da parte da manhã, houve ainda lugar para discutir o planeamento de uma central de esterilização, incluindo a importância do seu layout e dos materiais utilizados, um tema abordado por Miguel Pinto, arquiteto na PHARMAARQUITETOS.

A última apresentação da manhã esteve a cargo de André Braga, da Ultrapur, que abordou a importância da qualidade da água na central de esterilização e os danos que pode provocar nos equipamentos.

O rigor nos procedimentos nas centrais de esterilização esteve em destaque no período da tarde. Leocádia Gonçalves, responsável pelo serviço de esterilização do Hospital de Santa Maria, no Porto, realçou a importância de uniformizar procedimentos nas centrais de esterilização, o que é possível, defende, com um cumprimento rigoroso das normas europeias e nacionais que regulam estas práticas, sob pena de se utilizar equipamento contaminado. A responsável lembrou que os procedimentos devem ser validados antes da esterilização, até porque não é possível validá-los a posteriori, por inspeção, ou seja, não há forma de garantir que um equipamento está, efetivamente, esterilizado. Também por este motivo, Leocádia Gonçalves considera fundamental a atualização dos conhecimentos dos profissionais afetos a este serviço.

Também Tito Fidalgo, da LABLAD, empresa que presta assistência técnica, alertou para a necessidade de usar os procedimentos mais corretos no manuseamento dos equipamentos de esterilização.

Tito Fidalgo corroborou a ideia, também transmitida por Leocádia Gonçalves, de que os blocos operatórios pressionam as centrais de esterilização para ter os equipamentos prontos num prazo muito curto, o que não é compatível com a qualidade e segurança dos procedimentos.

Este responsável chamou igualmente a atenção para a importância de se posicionar corretamente os dispositivos no interior dos equipamentos de esterilização, de modo a evitar uma esterilização deficiente e a consequente rejeição do procedimento por parte da máquina, que pode ocorrer por haver superfícies não expostas à água. Neste sentido, é fundamental dispor os instrumentos na vertical para evitar que o fluxo de água seja bloqueado, sobretudo quando se trata de recipientes. Por outro lado, é necessário analisar a natureza dos dispositivos médicos, de modo a assegurar que os materiais sintéticos suportam a temperatura usada na desinfeção térmica, por exemplo. É também necessário adequar os produtos químicos e respetivas dosagens ao pH local da água, ao invés de utilizar os mesmos standards para todo o país.

Outro aspeto que influencia a eficácia do procedimento de esterilização é a adequação dos sistemas de cargas e acessórios, que devem ser seguros e flexíveis para evitar que peças pequenas se percam na cuba.

A porta como parte integrante do compartimento

Os requisitos de higiene de espaços como o bloco operatório estendem-se, naturalmente, às suas portas, que além de terem de estar corretamente desinfetadas, têm de garantir hermeticidade. Francesca Martínez, responsável pelas normas e validação de produtos comercializados pela Manusa, destacou a importância de usar, no fabrico de portas, materiais muito pouco porosos, que não favoreçam a proliferação de microrganismos, além de formas suaves, sem esquinas, de modo a impedir a acumulação de sujidade. É também fundamental que os materiais suportem a utilização de peróxido de hidrogénio e outros químicos usados nos procedimentos de desinfeção. A porta deve ser um elemento assético e não deve permitir fugas de ar.

Newsletter TecnoHospital

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão da Saúde.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.